Ginkgo
Nome científico
Ginkgo biloba L.
Nome comum
Ginkgo, Nogueira-do-japão, Árvore-dos-quarenta-escudos
Família
Ginkgoaceae
Descritor
L. [Carl Linnaeus (1707–1778)]
Tipo de origem
Alóctone
Origem
China (noroeste de Zhejiang)
Descrição da espécie
O Ginkgo biloba é uma árvore caducifólia de médio a grande porte, de copa cónica ou piramidal quando jovem e arredondada, ovada ou irregular em exemplares mais maduros, que pode atingir 30 a 40 m de altura. Apresenta um tronco robusto e direito, revestido por casca castanho-acinzentada, largamente fissurada, com placas interligadas e de consistência suberosa em árvores de maior idade. As folhas, até 12 cm de comprimento e 10 cm de largura, são simples, flabeliformes (em forma de leque), geralmente fendidas ao centro por uma fissura profunda (bilobadas), irregularmente fendidas por fissuras pouco profundas no bordo superior, de margem ondulada, agrupam-se na terminação de raminhos laterais, curtos e grossos (braquiblastos), que surgem ao longo de raminhos compridos (macroblastos), onde, por sua vez, se dispõem de forma espaçada e alterna. São de cor verde-clara a amarelada, tornando-se douradas no outono. Apresentam uma, muito característica, nervação divergente (sem eixos vasculares principais) e um longo pecíolo, de 1 a 4,5 cm de comprimento, ligeiramente sulcado na face superior. A “floração” — as gimnospérmicas, como o ginkgo, não produzem nem flores nem frutos — é unissexual e ocorre entre março e abril nas terminações dos braquiblastos, em simultâneo com o aparecimento das folhas novas. A “inflorescência” masculina é um amentilho comprido, surge em grupos de 3 a 6, cada um até 2,5 cm de comprimento, de cor verde-clara e composto por inúmeros estames com anteras de cor amarelada. As “flores” femininas, são solitárias, compõe-se por dois óvulos opostos que surgem na terminação de um longo pedúnculo até 4 a 5 cm de comprimento e são de cor verde-clara. O “fruto” — na realidade, uma semente nua — é globoso ou ovoide, consistindo numa noz, rodeada por uma polpa carnuda, de cor branco-azulada quando jovem e amarelo-acastanhada ou alaranjada quando madura. A semente encontra-se encerrada numa casca dura, é de formato oval e aguda nas extremidades.
Observações
O Ginkgo biloba é das espécies mais antigas do planeta, facto comprovado em fósseis com mais de 175 milhões de anos de idade. É o único sobrevivente vivo da ordem Ginkoales, tendo sobrevivido até aos nossos dias em zonas de floresta isoladas na China e em cultivo. É uma árvore muito resistente, havendo registos de 6 espécimes sobreviventes ao rebentamento da bomba atómica de Hiroxima. As suas sementes são comestíveis e consideradas como iguarias na China e no Japão. O Ginkgo biloba foi dado a conhecer ao Ocidente em 1690, quando Engelbert Kaempfer (1651–1716), um botânico alemão, o descobriu no jardim de um templo japonês, daí provindo a referência ao Japão num dos seus nomes comuns. É uma espécie dioica, havendo, portanto, indivíduos masculinos e indivíduos femininos. Apesar de ser uma espécie globalmente muito popular em parques, jardins e arruamentos, devido ao aroma râncido, desagradável, que os seus “frutos” maduros emitem, as plantas femininas, geralmente, são pouco frequentes nesses ambientes. Há, no entanto, nobres exceções. Em Portugal, o maior exemplar da espécie é uma planta feminina: a “Rainha das Virtudes”, que há mais de 200 anos vive, e deslumbra quem a visita, no portuense Jardim das Virtudes. Em 2005, aquando da sua classificação como Árvore de Interesse Público, tinha 4,3 m de perímetro à altura do peito e quase 36 m de altura, sendo, atualmente, uma das mais altas das muitas que se encontram na Europa.