Amieiro
Nome científico
Alnus glutinosa (L.) Gaertn.
Nome comum
Amieiro, Amieiro-vulgar
Família
Betulaceae
Descritor
(L.) Gaertn. [Carl Linnaeus (1707–1778), Joseph Gaertner (1732–1791)]
Tipo de origem
Autóctone
Origem
Grande parte da Europa, Ásia e noroeste de África
Descrição da espécie
O Alnus glutinosa é uma árvore caducifólia de pequeno porte, de copa quase piramidal enquanto jovem, tornando-se mais larga e irregular na maturidade, com raminhos jovens viscosos e com lentículas salientes de cor alaranjada, não ultrapassando, geralmente, os 25 m de altura. O tronco, não raramente multicaule, apresenta-se revestido por casca acinzentada ou castanho-acinzentada nas árvores jovens, adquirindo com a idade uma cor castanho-escura e fissurando-se em placas largas, quadradas ou oblongas. As folhas, de 4 a 10 cm de comprimento, dispõem-se de forma alterna nos ramos, são simples, suborbiculadas a obovadas, raramente elípticas, de margem duplamente dentada, em forma de cunha ou arredondadas na base, obtusas, truncadas ou retusas no ápice, com 5 a 8 pares de nervuras bem vincadas e de cor verde-escura na página superior, mais pálidas na página inferior e com tufos de longos pelos amarelados nas axilas das nervuras. Apresentam-se muito viscosas enquanto jovens. A floração ocorre entre fevereiro e abril, antes do aparecimento das folhas. As flores masculinas dispõem-se em amentilhos cilíndricos, pedunculados, pendentes, caducos, de 3 a 7,5 cm de comprimento e 2 a 6 mm de diâmetro, de cor amarelo-esverdeada e em grupos de 2 a 3. As flores femininas dispõem-se em amentilhos pedunculados, de 1 a 2,5 cm de comprimento e 7 a 12 mm de diâmetro, ovoides, de cor verde quando jovens e castanho-escura quando maduros, assemelhando-se a pequenas pinhas, reunidas em grupos de 2 a 5. Amadurecem no outono, libertando as pequenas sementes — duas por escama —, comprimidas e providas de uma asa estreita.
Observações
O nome do género, Alnus, era o nome utilizado em latim para designar os amieiros, proveniente do céltico “al”, que significa “cerca”, e “lan”, que significa “ribeira"; uma alusão ao habitat ripícola da espécie. O restritivo específico, glutinosa, é uma referência aos raminhos e folhas novas, que se entram cobertos por uma substância viscosa. Através de nódulos existentes nas suas raízes, o Alnus glutinosa, tal como todas as outras espécies do mesmo género, forma simbioses com bactérias fixadoras de nitrogénio existentes no solo, dando origem a solos férteis, ricos em azoto, em seu redor. Ocorrendo naturalmente na margem dos cursos de água, é uma espécie muito resistente a alagamentos prolongados, fungos e insetos, sendo um dos tipos de madeira mais frequentemente utilizados nas estacas que constituem as fundações de muitos dos edifícios de Veneza.