Entrevista a Selma Uamusse
Selma Uamusse: a música como ato de fé, raiz e revolução
Há quem cante para entreter. Selma Uamusse canta para transformar. Cresceu entre dois mundos – Moçambique e Portugal – e foi no cruzamento dessas geografias que encontrou a sua voz, feita de gospel, jazz, rock, Afro beat e silêncio espiritual. “Sou música por acidente”, diz, com um sorriso que disfarça décadas de entrega, estudo e coragem.
Selma Uamusse é mais do que intérprete: é um corpo em palco que vibra com a ancestralidade, uma voz que denuncia, celebra, abraça e inquieta. A sua música não cabe em rótulos. Reivindica espaço para as línguas esquecidas de Moçambique, para as mães do mundo da arte, para as mulheres negras em palcos eurocêntricos.
Nesta conversa fala com honestidade crua sobre os caminhos que a levaram da engenharia urbana aos palcos internacionais, da dor à comunhão, da fé à revolução. Entre lágrimas do público, concertos que salvam relações e capulanas que vestem causas, Selma lembra-nos que a arte é lugar de mesa, onde se partilha pão, som, suor e esperança.
Em véspera de apresentar novas canções no Cineteatro António Lamoso, partilha nesta entrevista o que significa ser artista, mãe, africana e mulher num mundo que ainda aprende a ouvir e que, quando a escuta, se transforma.
Cresceu entre Moçambique e Portugal. Como é que essa pertença moldou a sua forma de fazer música?
Não sei bem, porque o meu processo musical aconteceu quase todo em Portugal. Vim para cá muito nova. Os meus pais regressaram a Moçambique quando eu tinha cerca de 14 anos. A partir daí, passei a ir lá mais vezes e a ter um contacto mais próximo com o país, mas o meu percurso musical começou aqui. Comecei cá a cantar gospel, a cantar numa banda de rock, a estudar jazz. Moçambique vem numa fase de maturação. Sou música por acidente (sorri). Sempre me imaginei engenheira - nunca cantora -, mesmo quando integrava bandas como os WrayGunn, os Cacique'97 ou os Soulbizness. Fiz parte de muitas formações, mas sempre encarei a música como algo paralelo aos meus estudos. A música veio depois.
Já era engenheira e trabalhava há muito tempo quando percebi que talvez, através da música, podia construir aquilo que entendia ser o meu verdadeiro caminho profissional. Enquanto engenheira, queria fazer parte do processo de reconstrução de Moçambique, ser um agente de desenvolvimento, mas comecei a perceber que a música também transforma; transforma consciências, a sociedade, o mundo.
Foi nesse momento que decidi dedicar-me à música a tempo inteiro, mas para isso precisava de me encontrar por inteiro. Nessa busca, mergulhei nas minhas raízes e tentei fundir tudo aquilo que já carregava - o gospel, o rock, o jazz - com a minha herança moçambicana.
Não faço música tradicional moçambicana, mas ela está lá. Está nos instrumentos, na busca pelos ritmos, pelas polifonias, nas línguas que escolho cantar. A minha música é o cruzamento daquilo que é a minha identidade — um todo.
A sua carreira começou ligada ao gospel, passou pelo jazz, pelo afrobeat e hoje tem uma sonoridade muito própria. Como descreve essa viagem?
Muito natural. Aos 18 anos, no ano em que entrei na universidade, estava a cantar numa festa de aniversário. O maestro Carlos Ançã ouviu-me e disse: “Tens uma voz muito bonita. Estou a formar um coro e gostava que participasses.” Disse-lhe que nem sequer ia à igreja, mas ele respondeu que isso não importava, que o coro era para todos. Acabei por entrar.
No início estranhei, mas rapidamente entranhei. Tornei-me um elemento ativo. Foi no gospel que os meus horizontes musicais se abriram. É um género exigente, tanto fisicamente — dançamos, cantamos — como musicalmente, sobretudo nas harmonias. E eu era solista.
Um dia, o maestro falou-me de uma banda: “O frontman é todo tatuado, mas como gostas muito de música, vê lá o que achas”. Quando percebi que eram os WrayGunn, que eram incríveis, aceitamos gravar o álbum Eclesiastes que, até hoje, é um álbum muito importante na carreira da banda. Não só gravamos o disco, como fizemos alguns concertos com eles. A partir daí passei a integrar o grupo.
Foi das primeiras bandas portuguesas com uma internacionalização séria na Europa. Tínhamos a Sony França como editora. Crescemos muito, mas tudo aconteceu naturalmente. Não pedi nada, não forcei nada. A visibilidade com os WrayGunn levou a outros convites: cantei com Sean Riley, com a Rita Redshoes...
Foi aí que comecei a perceber que a música podia, de facto, ser um caminho. Mas se era para me aventurar, queria saber ao certo o que estava a fazer ali. O gospel foi uma escola essencial, e continuei no grupo até hoje, mas percebi que precisava de aprender mais. Inscrevi-me no Hot Clube, uma escola de jazz.
Esse foi o sinal. Percebi que era para seguir mesmo. O gospel deu-me flexibilidade, entrega, palco. O jazz deu-me ferramentas: passei a matematizar aquilo que via como instintivo — o improviso, a linguagem musical, a melodia, a harmonia.
Hoje, faço muitos concertos com a orquestra de jazz do Hot Clube. Aventurei-me em muitos projetos: Cacique’97, Buraka Som Sistema... Fiz de tudo, porque artisticamente não tinha filtros. Só queria experimentar, aprender, crescer.
A construção da minha identidade musical foi gradual, orgânica. Quando decidi trabalhar a solo, tudo isso veio comigo: o lado espiritual e a entrega do gospel; a intensidade fervorosa do rock; o improviso e a liberdade do jazz; a dança, a emoção, a ligação à terra que vem da minha camada africana. É dança, é riso, é improviso.
Sou tudo isso em palco. Entrei no gospel em 1999, por isso, estamos a falar de 26 anos de construção musical que fazem de mim a pessoa que sou: cantora, performer, compositora, intérprete, escritora de canções. Mas também sou ativista. Não me limito a cantar. Se calhar, as pessoas vão aos concertos para ouvir música, mas saem de lá com mais do que isso: um discurso ativista, político no sentido social, e espiritual. Falo da importância de Deus na minha vida, sobre a Sua presença nos concertos. Há um lado de púlpito, de pregação, de ativismo, que também faz parte.
Essa espiritualidade em palco pode ser considerada um ato de fé?
Sim. Tudo, para mim, é um ato de fé. Do acordar ao deitar. As minhas preocupações sociais e políticas vêm do exercício da fé: pensar no outro, não me acomodar, querer ser melhor, buscar conciliação, perdão, paz.
Os concertos são uma cerimónia de comunhão. Não estou ali para pregar aos peixes, mas para partilhar. A fé, para mim, é uma mesa onde se partilha, onde se come e se bebe em conjunto. Estou ali para abraçar, para olhar nos olhos, para receber. E tudo o que dou em palco tem a ver com o que recebo das pessoas naquele momento.
É por isso que cada concerto é único. As músicas podem ser as mesmas, mas a experiência nunca é igual. Às vezes a língua ou a cultura do público criam barreiras — tocar para um público polaco ou chinês é completamente diferente. Mas como há muita interação, há sempre espaço para o novo, para o improvável, para o belo.
Este exercício de fé envolve todos: músicos, público, técnica, energia. Nem sempre começo o concerto no meu melhor dia, mas assim que a cerimónia começa, algo novo acontece. E isso é espetacular.
O que significa resgatar, reinventar e reinterpretar a música tradicional moçambicana no século XXI?
É fundamental. Sobretudo num ano em que se celebram 50 anos da independência de Moçambique e se celebraram há pouco os 50 anos do 25 de Abril.
Muitas vezes perguntam-me porque não canto mais em português. Tenho músicas em línguas moçambicanas, em inglês, mas poucas em português. O inglês é muito falado em Moçambique, que está rodeado de países anglófonos. No changana, por exemplo, há muitas palavras em inglês.
Mas há uma razão mais profunda. Os meus pais cresceram como “assimilados” — rejeitaram a cultura moçambicana para se integrarem na cultura portuguesa e alcançarem uma vida melhor. É compreensível. Mas, por causa disso, muito da minha cultura foi-me roubado.
Hoje, aos 43 anos, estou a aprender as línguas de Moçambique. Quando canto nelas, mesmo sem fluência, estou a fazer um resgate. Estou a reaver a minha cultura.
Os meus amigos moçambicanos dizem que falo changana com sotaque português. Eu gosto disso. Sou moçambicana e sou portuguesa. Quero mostrar a beleza da fonética, das línguas, da diversidade. Muitas pessoas conhecem o crioulo, mas Moçambique tem mais de 40 línguas, e a maioria é desconhecida até por quem vive em Portugal.
Durante muito tempo, não poder falar com os meus avós na sua língua foi algo que me magoou. Não é que não nos compreendêssemos, mas faltava algo.
Resgatar as línguas, os instrumentos, as polifonias, as polirritmias é mostrar a riqueza de Moçambique. Um país tantas vezes reduzido à guerra, à seca, à pobreza... mas que é muito mais.
Moçambique tem outras cores. Um património cultural riquíssimo, uma gastronomia incrível, uma humanidade profunda. Cada vez que visto uma capulana, cada vez que canto em changana ou ronga, estou a dizer: “O meu país é mais do que aquilo que vos contaram.”
Ser embaixadora desse outro lado de Moçambique é uma responsabilidade. E a fusão entre os sons tradicionais e a música eletrónica acontece de forma natural, porque há um elemento futurista e experimental nessas sonoridades. É esse universo que me interessa explorar — não apenas permanecer nas influências que já carrego, mas avançar em direção ao que acredito ser o futuro da música.
Já levou a sua música a muitos palcos fora de Portugal. Que experiências mais a marcaram?
Tenho muitas, mas o que mais me impressionou foi ouvir, em Macau, um chinês a falar em changana (sorri).
Como é ser mulher africana num circuito musical ainda tão masculino e eurocêntrico?
Vivemos num mundo ainda profundamente machista. Na música — como em tantas outras áreas — os homens continuam a ganhar mais do que as mulheres, mesmo quando têm o mesmo nível de experiência e exposição. Existem dados, há estatísticas que comprovam essa desigualdade. E eu posso falar sobre isso com propriedade.
Ser mulher neste meio é desafiador. Ser mãe, ainda mais. Tenho quatro filhas e sei, na pele, o que é tentar equilibrar a maternidade com uma carreira musical. O espaço para a maternidade no meio artístico é cada vez menor. Muitas colegas não têm filhos porque é extremamente difícil conciliar tudo. Sempre que temos um bebé, há uma pausa inevitável. O corpo muda, engordamos, ficamos exaustas. É uma experiência muito diferente da dos homens, que não enfrentam as mesmas limitações físicas e emocionais nesse processo.
Viajar, estar na estrada com uma criança, exige uma logística tremenda. Houve momentos em que tive de deixar as minhas filhas. Lembro-me quando fui para o México — deixei a minha bebé com apenas dois meses, porque não me sentia segura para levá-la comigo. Felizmente, tive gravidezes muito felizes, cantei até aos nove meses, mas sei que essa não é a realidade de todas as mulheres. Ainda há muito que vai contra nós.
E depois há o outro lado da exclusão: o racial. Já estreei palcos onde fui a primeira mulher negra a cantar. Em 2019, por exemplo, o Tiago Rodrigues, na época programador do Teatro D. Maria II, convidou-me para fazer a abertura do ano, e foi a primeira vez que uma mulher negra subiu àquele palco. Em 2019! Recordo também um festival em Lisboa, no qual cantaram nomes como António Zambujo, Pedro Abrunhosa e Salvador Sobral. Eu era a única mulher negra, imigrante e africana naquele cartaz. Na altura, um jornalista perguntou-me como me sentia por ser a primeira nessa posição, e confesso que fiquei um pouco incomodada. Disse que esperava ter sido convidada pelo meu talento. Mas, depois, percebi o peso simbólico disso. Mesmo que, às vezes, sejamos chamadas só para preencher uma cota, o que importa é abrir caminho, quebrar padrões, inspirar outras.
O meu papel não é apenas reivindicar o que falta, mas trabalhar para que as próximas gerações já não tenham de ser “as primeiras”, ou “as únicas”. Que possam ocupar esses lugares com naturalidade, com direito, como parte de um processo normal. Que seja comum ver uma mulher negra, mãe, a fazer música africana tradicional, em palcos de todo o mundo.
Sim, é difícil. Mas também é um desafio para o qual estou pronta. Enfrento tudo com seriedade, profissionalismo, com o melhor que tenho para dar: amor. Sem esquecer que o acesso ainda não é para todos. Tenho o privilégio de trabalhar com uma equipa incrível, que se esforça para garantir que estejamos em lugares dignos, que os cachets sejam justos, que o nosso trabalho seja valorizado.
É fundamental ter homens feministas à nossa volta, principalmente que estejam nos lugares de decisão e poder. Ter aliados que lutam pela igualdade é essencial para que o espaço das mulheres na música se amplie com dignidade e respeito.
Também é vital cuidar da nossa saúde física, mental e financeira. Sentir-se segura, saber que temos quem nos defenda, que podemos expressar o que sentimos, que podemos parar para criar, compor, colaborar ou simplesmente descansar. Tudo isso é essencial para uma vida artística plena. Ter espaço para mudar, para envelhecer, para engordar, para cortar o cabelo — e isso ser “ok” — é parte do que precisamos conquistar. O que realmente importa é a mensagem, o profissionalismo e a musicalidade.
Portanto, sim, é difícil ser uma mulher africana nesse circuito, mas tenho procurado construir uma estrutura sólida à minha volta, com pessoas que partilham dos meus valores e que entendem que a minha vida como mãe também faz parte da minha arte. Porque ser artista e ser mãe não se excluem, pelo contrário, completam-se.
Para além de um chinês a falar em changana, que outras reações do público a surpreenderam?
Surpreende-me sempre quando as pessoas choram. Muitas vezes, o público vai aos concertos a pensar: “vamos todos dançar!” — e eu também gosto muito de dançar e de levar alegria aos lugares...
É uma pessoa alegre?
Sou uma pessoa muito alegre, mas ver as pessoas comoverem-se, chorarem, atirarem-se para os meus braços... isso toca-me profundamente. O contacto físico não é algo muito comum, por isso ver pessoas a não resistirem a ser olhadas nos olhos ou a deixarem-se tocar comove-me muito. Porque percebo que estão num lugar de vulnerabilidade, um lugar onde eu também me coloco. Isso é das coisas que mais me surpreende, e que me faz acreditar que ainda há esperança, que ainda somos iguais.
Depois de álbuns como Mati ou Liwoning, que novos caminhos quer explorar?
Há tanta coisa que quero fazer! Quero continuar. Sendo mãe, quero fazer mais música para crianças. Quero ir para o fogo, mas também quero ir para a calma.
Tenho a enorme bênção de poder fazer muitas coisas. Cantei durante vários anos com o Rodrigo Leão, tenho feito muitas colaborações em contexto orquestral, e isso permite-me, felizmente, continuar a explorar caminhos muito diferentes. A nível pessoal, estou a trabalhar em coisas novas.
Talvez porque nos primeiros discos explorei mais a espiritualidade e a intervenção social, agora sinto-me a caminhar para algo mais íntimo, mais autobiográfico. Quero partilhar mais de mim — do meu lado feminino, das mulheres da minha vida, desde a minha bisavó até às minhas filhas. Há um lado de maior exposição, de maior nudez, e não falo de nudez física, mas de uma revelação mais profunda de quem sou. E sinto que isso está agora a surgir.
Por tudo aquilo que disse, pode dizer-se que a música pode ter um papel transformador na sociedade?
A música tem, sem dúvida, um papel transformador. Citando José Mário Branco — “a cantiga é uma arma” — ou Fela Kuti, que dizia que “a música é a arma do futuro”, acredito profundamente nesse poder.
O principal papel da arte é esse: transformar. E mesmo quando não o faz de forma direta, fá-lo por caminhos indiretos.
Ao longo da minha vida artística, tenho usado a música como ponte para chegar às pessoas. Não só através das letras, mas também com iniciativas que criei, como Mão Dada a Moçambique, Por Alepo, Uma Voz pela Paz, entre outras. Foram concertos solidários que, financeiramente, arrecadaram valores que nunca imaginei possíveis, ajudando várias instituições.
Sou hoje presidente de uma ONG e sei que isso está diretamente ligado ao meu papel social como artista. A visibilidade que temos através da música dá-nos voz, e essa voz pode, e deve, ser usada para transformar.
Se uma música faz com que alguém que está triste fique mais feliz, então sim: mesmo no simples ato de ouvir, a música já está a transformar. Seja num plano micro ou macro, a música tem sempre esse poder de transformar estados de espírito, realidades financeiras, e até a vida de outras pessoas.
Foi esse poder transformador que a fez abandonar a engenharia e ir para a música?
Sim, sem dúvida. Estudei Engenharia, na área do Planeamento Urbano, porque acreditava que poderia contribuir para a reconstrução do meu país. Mas percebi que os planos urbanísticos, pelo menos em Portugal, demoram muito tempo a ser implementados.
Com a música, tudo acontecia mais depressa. E talvez por ser uma pessoa irrequieta, com uma certa urgência em ver mudanças, senti que esse era o meu caminho.
Houve um momento muito específico: um casal que assistia sempre aos meus concertos veio falar comigo. Tinham decidido separar-se, mas como já tinham bilhetes para o concerto, decidiram ir juntos. No final, disseram-me que afinal não se iam separar. Hoje em dia estão casados, têm três filhas, e uma delas tem um nome relacionado com uma das músicas que cantei nesse concerto.
Às vezes é uma mensagem, uma palavra, algo aparentemente pequeno que pode mudar o rumo de alguém. Fiquei profundamente tocada com esse testemunho. E percebi, mais uma vez, que poder ser ponte, trazer esperança e reconciliação, é uma bênção.
O meu desejo com a música não é ser famosa, nem ter muito dinheiro ou sucesso. O meu desejo é que, em tudo o que faço, possa tocar vidas e que também eu me deixe tocar através da arte.
E foi?
Fui, sou. Todos os dias.
No último concerto que fiz — agora na Festa do Avante — tive um ataque de ansiedade antes de subir ao palco. Disse à minha equipa que não sabia se conseguiria atuar. Mas consegui e saí de lá transformada.
Estou sempre em aberto para aquilo que possa acontecer.
O meu pai faleceu no dia em que eu ia atuar no concerto de encerramento de um festival. Fiz o concerto sem saber bem como e dediquei-o ao meu pai. Foi um concerto cheio de alegria, misturada com luto. E sim, é possível ter alegria no luto.
Os concertos, para mim, são verdadeiras cerimónias, momentos de comunhão. Não são sobre mim, mas sobre aquilo que a arte pode fazer através de mim — e em mim também — para os outros.
O que é que o público do cineteatro António Lamoso pode esperar do seu concerto?
Que eu dê tudo. Que esteja verdadeiramente conectada com o público. Essa é a promessa que tento sempre cumprir.
Dou sempre o meu melhor e procuro criar essa ligação com quem me assiste. Podem esperar comunhão.
Estamos também a preparar canções novas, o que me deixa muito entusiasmada.
Vai levá-las a Santa Maria da Feira?
Sim. É um momento ideal. E quando falamos de auditórios, são o melhor espaço para experimentar canções novas.
Podem contar com alegria, energia, comunhão e, certamente, com música nova.
Entrevista realizada a 10 de setembro de 2025