Salgueiro


Nome científico

Salix atrocinerea Brot.

 

Nome comum

Salgueiro, Salgueiro-preto, Borrazeira-preta

 

Família

Salicaceae

 

Descritor

Brot. [Félix de Avelar Brotero (1744–1828)]

 

Tipo de origem

Autóctone

 

Origem

Europa atlântica e oeste da região mediterrânica

 

Descrição da espécie

O Salix atrocinerea é um arbusto ou uma pequena árvore, caducifólia, de copa pouco densa e arredondada, que pode atingir 10 m de altura, com os ramos principais direitos, raminhos jovens castanhos e pubescentes, tornando-se, com a idade, escassamente pubescentes ou glabros (sem pelos) e avermelhados. Apresenta um tronco revestido por casca cinzenta e lisa em árvores jovens, tornando-se castanha e fendida em árvores mais velhas. As folhas, de 2 a 10 cm de comprimento e 1 a 2 cm de largura, são simples, lanceoladas ou oblongo-lanceoladas, de margem revoluta, inteira, denticulada ou dentado-serrada, de ápice agudo ou obtuso e arredondadas, acunheadas ou levemente atenuadas na base. Dispõem-se de forma alterna nos ramos, são de cor verde-clara na página superior, esbranquiçadas, com pelos curvos e avermelhados na página inferior, tornando-se amarelas no outono. Apresentam um pecíolo pubescente, variável, até 0,5 cm de comprimento, protegido na base por um par de estípulas (estruturas similares a pequenas folhas) muito evidentes. A floração ocorre entre janeiro e abril, antes do aparecimento das folhas novas, sendo a inflorescência, tanto a masculina como a feminina, uma espiga, ou amentilho, vertical, até 7 cm de comprimento e 1 a cm de largura, sésseis ou sobre pedúnculos curtos, com inúmeras flores que se abrem a partir da base, sem pétalas. As Flores masculinas são amareladas, com estames livres e pilosos até ao meio. As femininas são esverdeadas, com pistilo tomentoso, estilete curto e estigmas inteiros ou bífidos. É uma espécie dioica, produzindo flores masculinas e femininas em indivíduos diferentes. O fruto é uma cápsula tomentosa, ovado-cónica, que se abre em duas valvas.

 

Observações

O género Salix é constituído por cerca de 500 espécies, algumas das quais podem ser encontradas naturalmente em Portugal, em ambientes ripícolas. O Salix atrocinerea é uma das mais dificilmente identificáveis no seu estado puro, dada a facilidade com que hibridiza com outros salgueiros. As suas raízes profundas ajudam a estabilizar as margens dos rios, é uma importante árvore melífera pela sua floração precoce, muito apreciada pelas abelhas e, como na generalidade dos salgueiros, a sua casca contém salicina — substância utilizada há séculos como febrífuga e analgésico — da qual se extrai o ácido acetilsalicílico, utilizado, desde 1899, no fabrico da aspirina. Salix é a antiga designação em latim para “salgueiro”, derivando, possivelmente, das palavras celtas “sal” e “lis”; “próximo” e “água”, numa referência ao seu habitat ripícola. O nome atrocinerea, deriva do latim “cinerea”, que significa “acinzentado”, com o prefixo “atro”, que significa “escuro”, numa alusão à pubescência que cobre os ramos jovens.