“Novos Desafios das Cidades” é o tema do estudo apresentado pelo Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular, esta quarta-feira, no Europarque, em Santa Maria da Feira, e que analisa a conjuntura económica, demográfica e do comportamento populacional das cidades da Galiza e do Norte de Portugal, em 2023. Mais de metade da população mundial viverá em cidades em 2050 é uma das conclusões vincadas neste estudo realizado por Arlindo Cunha, professor de Economia na Universidade Católica do Porto, em conjunto com Fernando González Laxe, catedrático de Economia Aplicada da Universidade da Coruña.
A apresentação do estudo “Novos Desafios das Cidades” esteve a cargo do presidente do Eixo Atlântico, Luís Nobre, do secretário-geral do Eixo Atlântico, Xóan Vásquez Mao, e de Arlindo Cunha, redator do relatório. Ao presidente do Município anfitrião, Amadeu Albergaria, também presidente da área política de Economia do Eixo Atlântico, coube dar as boas vindas a Santa Maria da Feira e valorizar aquele estudo para um maior conhecimento da realidade das cidades do Norte de Portugal e da Galiza.
“Novos Desafios das Cidades” traça um retrato da situação social e económica das cidades e do território da Eurroregião e aponta o diagnóstico da situação atual, constituindo-se como um importante suporte de informação para promover as áreas territoriais do Eixo Atlântico. O relatório é um instrumento para análise, não só individual, mas também coletiva, considerando que compara os vários territórios da Eurorregião.
No atual panorama urbano global, mais de metade da população mundial reside em cidades, com projeções da ONU que apontam para um aumento de quase 70% em 2050. As cidades estão a converter-se em centros vitais de poder económico, inovação e conhecimento, não apenas como aglomerados populacionais, mas como lugares essenciais para o progresso das sociedades no século XXI. No entanto, este crescimento está acompanhado de desafios significativos, como o aumento da população urbana, as alterações climáticas e as crescentes desigualdades económicas.
Em resposta, os governos locais assumiram um papel ativo no desenvolvimento de estratégias a longo prazo, com o objetivo de tornar as cidades mais resilientes, inclusivas e sustentáveis. O foco encontra-se na integração dos três pilares da sustentabilidade — económico, social e ambiental— além da crescente importância da governação institucional para garantir uma gestão eficaz e transparente.
Estes são alguns dos principais objetivos que compõem as agendas urbanas prioritárias para operacionalizar as estratégias de desenvolvimento sustentável, alinhadas com os compromissos globais, como os Acordos de Paris e a Agenda Urbana da União Europeia.
No entanto, para enfrentar os desafios atuais, é necessário que as cidades da Galiza e do Norte de Portugal se adaptem e se preparem para as ameaças externas, como as crises económicas, pandemias e conflitos geopolíticos. A colaboração entre governos locais, empresas e cidadãos será fundamental para alcançar um desenvolvimento verdadeiramente sustentável, garantindo um futuro mais equilibrado e próspero para todos.
Segundo o estudo, a implementação de políticas públicas eficazes, com foco na sustentabilidade económica, social, ambiental e institucional, é essencial para transformar as cidades em agentes de mudança, capazes de enfrentar os desafios do futuro.
De referir que o Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular é uma associação transfronteiriça integrada pelas principais cidades da Galiza e da região Norte de Portugal, promovendo a coesão económica, social e cultural das cidades e regiões abrangidas.
Publicado a 19 de janeiro de 2025