‘Artes em Itinerância’ descentraliza cultura e valoriza património do território feirense
Terminada mais uma edição do projeto ‘Artes em Itinerância’, marcada por uma aposta reforçada na descentralização da cultura como experiência de valorização do património e das comunidades de Santa Maria da Feira, sobressai o balanço francamente positivo. Resultado de um trabalho de articulação permanente entre a Câmara Municipal e as nove freguesias envolvidas, as 12 propostas de cinco disciplinas artísticas levaram, entre junho e julho, cultura e criatividade a palcos não convencionais, que resgataram a história, as memórias e a identidade feirense.
Espaços emblemáticos das freguesias de Rio Meão, Argoncilhe, Fornos, Canedo, Paços de Brandão, Lourosa, São Paio de Oleiros, Romariz e Nogueira da Regedoura acolheram momentos singulares de teatro, música, cinema, instalação, artes de rua e circo, todas de acesso gratuito, segmentadas para diferentes públicos e protagonizadas por artistas locais e nacionais, num cruzamento harmonioso entre cultura, património e comunidades.
Exemplo disso foi o espetáculo de Joana Espadinha no requalificado cais do Porto Carvoeiro, em Canedo, a única localidade do concelho banhada pelo rio Douro, bem como o concerto de Noiserv no Castro de Romariz, momento que foi antecedido da visita teatralizada Kronoscópio e que, apesar ter sido fortemente penalizado pela chuva, confirmou a excelência do mais expressivo povoado castrejo da região de Entre Douro e Vouga como palco diferenciador.
Praças, parques de lazer e espaços desportivos do território foram outros palcos escolhidos para grandes espetáculos musicais, como os concertos de Iolanda (Largo de Santo António, em Romariz), Dino D’Santiago com a Banda Sinfónica de Jovens do Concelho (Parque de Lazer de Argoncilhe), Plutonio e DJ Diego Miranda (Parque da Cidade de Lourosa) e Peste & Sida (Campo de Futebol da Associação Desportiva de Nogueira da Regedoura), que atraíram públicos de todas as idades.
As sessões de cinema no Largo Padre José Alves de Pinho, em Fornos; a performance O2 [Oxigénio] do coletivo PIA – Projetos de Intervenção Artística, no Largo do Arraial em Paços de Brandão; a instalação artística “Esta Pessoa Não Existe”, de Elisabete Sousa, no Salão Nobre da Junta de Freguesia de Paços de Brandão; e a performance de circo TO + 1, de Thorsten Grüten, no Parque da Nossa Senhora da Saúde, em São Paio de Oleiros, completaram o diversificado calendário de propostas do ‘Artes em Itinerância’, que percorreu diferentes geografias do território concelhio, afirmando e repensando o espaço público como palco privilegiado para este modelo de programação descentralizada.
O Município de Santa Maria da Feira vai dar continuidade a este modelo de itinerância descentralizada, mantendo a aposta em propostas culturais gratuitas e segmentadas para os diferentes públicos, reforçando a democracia cultural e valorizando os espaços públicos e as suas comunidades.
Publicado a 07 de agosto de 2024