Gastronomia Rede das Cidades Criativas da Unesco (UCCN)


Belo Horizonte (Brasil) e Macau (China)

A preparação, o envolvimento dos cidadãos e o desenho da candidatura de Santa Maria da Feira à Rede das Cidades Criativas da Unesco 2021 favoreceu o contacto com as Cidades Criativas da Gastronomia da UNESCO de Belo Horizonte (Brasil) e Macau (China).

O contacto foi efetuado através de webinars informativos no dia 23 de novembro de 2020 com Belo Horizonte e Macau. A troca de informação sobre o património gastronómico e a partilha de ideias e procedimentos com estas duas cidades - que já fazem parte da REDE - foi decisiva para motivar e dinamizar o nosso setor gastronómico, afetado pela crise covid 19, mas que se encontra aberto a novas ideias e reinvenções.

Belo Horizonte

Macau

 

Festa das Fogaceiras e a gastronomia portuguesa no Mundo


A Festa das Fogaceiras é um símbolo de união dos feirenses, teve origem num voto ao mártir S. Sebastião, em 1505, através da oferenda do pão doce “Fogaça da Feira”, cujas primeiras referências conhecidas surgem nos inquéritos de D. Afonso III, no século XIII (1254/1284) e que foi usada como pagamento de taxas. O formato da Fogaça estiliza a torre de menagem do castelo com as suas quatro torres.

Tal como no passado, hoje os habitantes do concelho de Santa Maria da Feira - e os feirenses emigrantes em todo o mundo - têm a oportunidade de exprimir o culto a São Sebastião numa festa que é, acima de tudo, um símbolo de união e identidade coletiva .

A tradição manda que na Festa das Fogaceiras as pessoas ofereçam Fogaças aos familiares e amigos que estão longe.

 

Casa da Vila da Feira e Terras de Santa Maria, Rio de Janeiro, Brazil

A Casa da Vila da Feira fundada a 12 de Julho de 1953 por iniciativa do comendador Manuel Lopes Valente, com o objetivo de servir “de espécie de Consolado das Terras de Santa Maria da Feira”.

Fundada a Casa da Vila da Feira e Terras de Santa Maria, Manoel Lopes Valente “sugeriu que deveria ser realizada a Festa das Fogaceiras e que obedecessem a todas as características da que se realiza em Santa Maria da Feira”.

A Festa das Fogaceiras realiza-se no domingo mais próximo de 20 de janeiro. O programa da festividade pretende recriar o mais fielmente possível a Festa das Fogaceiras, integra uma cerimónia religiosa, que se realiza na Igreja dos Capuchinhos, e a tradicional procissão, desde a Igreja até à Casa da Vila da Feira e Terras de Santa Maria. As festividades continuam com o almoço convívio e a atuação dos ranchos de folclore: Almeida Garrett e rancho folclórico infanto-juvenil danças e cantares das Terras da Feira.

O Grupo Folclórico Almeida Garrett efetuou 4 digressões a Portugal, 1981, 1988, 1994 e 2012 dançando o folclore português e o samba brasileiro.

 

Associação da Comunidade Portuguesa de Pretória, África do Sul

De entre as várias atividades realizadas pela Associação da Comunidade Portuguesa de Pretória, a recriação da Festa das Fogaceiras é única e remonta a 1986, realiza-se sempre no domingo seguinte a 20 de janeiro, quando 31 crianças (meninos e meninas), representando as 31 freguesias do Concelho Feirense, desfilam vestidas de branco com faixa identificativa da respetiva freguesia pelas ruas de Pretória.

No final, as fogaças transportadas são leiloadas a favor da Associação da Comunidade Portuguesa de Pretória, que tem a seu cargo a festividade.

 

Associação Civil Amigos de Terras de Santa Maria, Caracas, Venezuela

 

Associação Civil Amigos de Terras de Santa Maria da Feira nasce em 1999 com o objetivo de recriar a história, as tradições e a cultura de Santa Maria da Feira através da organização da Festa das Fogaceiras.

Anualmente, desde 2000, no domingo a seguir ao 20 de janeiro, a associação civil Amigos de Terras de Santa Maria da Feira (ATSMF) celebra a Festa das Fogaceiras no Centro Português de Caracas, com grande participação da comunidade portuguesa aí residente.

A festividade, preparada a rigor, inclui a missa, a procissão e o almoço convívio. De destacar a homenagem a um feirense, que no respetivo ano, se tenha evidenciado no seio da comunidade. 

Os símbolos feirenses estão presentes na bela Festa das Fogaceiras, desde logo nas meninas vestidas de branco, nas fogaças que levam à cabeça, nos estandartes das freguesias do concelho e no santo objeto do voto, o S. Sebastião.

 

A gastronomia do mundo em Santa Maria da Feira


O Concelho de Santa Maria da Feira tem 139 312 habitantes, sendo que apenas 1% é comunidade imigrante. As principais comunidades são a brasileira, venezuelana e ucraniana. Normalmente as famílias feirenses possuem um ou outro familiar emigrado no Brasil ou Venezuela, bem como nos países ou regiões de língua oficial portuguesa de África ou da Ásia.

 

Comunidade brasileira

Em geral, os cidadãos brasileiros escolhem Portugal pela comunicação fácil, dado que o idioma é o mesmo, outros veem para descobrir a origem das suas raízes familiares. A comunidade brasileira é a maior de Santa Maria da Feira, veem para estudar, residir ou procurar oportunidades de trabalho disponíveis na cidade, tendo como foco a qualidade de vida e a segurança da sua família.

Deste modo, os ingredientes da culinária brasileira são visíveis nos supermercados e a gastronomia típica é servida em vários restaurantes brasileiros da cidade. As iguarias populares brasileiras são feijoada à brasileira, tapiocas, açaí, picanha, frutas tropicais e a bebida caipirinha.

 

Comunidade venezuelana

O Centro Social Luso Venezolano nasceu em 1984 através de um grupo de amigos (recém-chegados da Venezuela) que queria realizar um sonho para todos aqueles que lutam e trabalham além fronteiras para honrar o nome português. O centro é um espaço dedicado a todos os que desejam viver e conhecer a verdadeira essência do associativismo e da boa amizade. O Centro está aberto a todos aqueles que desejam saborear as iguarias venezuelanas e fazer festas, tais como casamentos, exposições, conferências ou simplesmente praticar exercício físico.

A partir de 2015, é cada vez maior o número de migrantes portugueses venezuelanos que regressam a Portugal e a Santa Maria da Feira à procura de uma melhor qualidade de vida - para si, para os seus filhos e netos - em busca de um ambiente de paz e segurança.

Em termos de gastronomia, há cada vez mais restaurantes, cafés, bares ou serviços de catering especializados em menus venezuelanos que se dispersam por todo o território, oferecendo petiscos como: tequeños de queijo e de cachapa, arepas queso, hallacas, jamon, perico, atun , pollo, peluda, catira, empanadas carne mechada.

 

Comunidade ucraniana

Nos anos 90 do século XX, a maioria da comunidade ucraniana veio para Portugal e para Santa Maria da Feira principalmente por motivos económicos e políticos ou por via do reagrupamento familiar. A grande maioria dos trabalhadores ucranianos é muito procurada no mercado de trabalho português, dado o seu elevado nível de escolaridade e perfil diligente. O prato ucraniano mais famoso é o Borscht, uma sopa agridoce tradicional feita com beterraba, repolho, alho e endro, e servida com uma porção de creme de leite e pão de centeio.

 

Gastronomia Asiática e Africana

Angola, Cabo Verde, Guiné, Moçambique, S. Tomé e Príncipe, Goa, Damão e Diu fazem parte dos territórios itinerantes portugueses do “leva e traz” gastronómico. A troca de diferentes ingredientes e técnicas de preparação dos alimentos enriqueceu a cozinha africana e asiática, que em troca - com o fim do colonialismo - possibilitou o surgimento de sabores exóticos e muito apreciados em Portugal, trazidos por quem retornou ou por quem chegou a Portugal. Iguarias que passaram a ser partilhadas em família, deram origem a restaurantes, principalmente em áreas urbanas. A culinária africana e asiática está associada à muamba, cachupa, moqueca, caril de frango, caril de camarão, peixes e carnes secas, chamuças, etc.